terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Hiperatividade em casa e na escola. Como identificá-la e o que fazer?



“A criança hiperativa representa um enorme desafio para pais e professores.[...]”. (GOLDESTEIN, 1998)



Mas o que é de fato a hiperatividade? Como identificar se uma criança é hiperativa? Como lidar com este tipo de criança? A hiperatividade tem solução?
Parece este ser um tema novo, um modismo criado pelos profissionais de educação ou pelos psicólogos, porém a hiperatividade foi descrita pela primeira vez em 1902. Mas só em 1994 o termo TDHA veio ser oficializado Associação Americana de Psiquiatria.
Cientificamente educadores e psicólogos chamam a hiperatividade de TDHA (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade), mas ela ainda tem outras denominações como Disfunção Cerebral Mínima, Reação Hipercinética da Infância, Distúrbio de Déficit de Atenção.
Muitas vezes ouvimos pais reclamando que seu filho é hiperativo, mas de fato é necessário que se saiba o que, de fato, seja a hiperatividade.
Numa definição mais curta e direta, a hiperatividade é a atividade exagerada. E esta pode está presente também na fase adulta.
A hiperatividade é um distúrbio crônico, porém só é confirmada no início da vida escolar da criança. Outros fatores no desenvolvimento da criança no início de sua infância podem colocar essa criança neste grupo de risco da hiperatividade, como por exemplo, a criança que apresenta dificuldades para dormir, a criança que tem um sono turbulento, com pesadelos, dificuldades para se acalmar entre outros. Sem falar que existem outros fatores que também podem ter relação com a hiperatividade como uma gestação com problemas, distúrbios clínicos, problemas hereditários, entre outros.
A criança hiperativa geralmente apresenta alteração no comportamento, diminui a persistência e consistência ao realizar as atividades de rotina como as atividades escolares, praticar esportes, movimenta-se de forma exagerada pernas, braços, cabeça, etc., é impaciente, na maioria das vezes não consegue concentra-se em uma atividade, não tem noção de perigo e principalmente não tem limites.
É importante ressaltar que a criança hiperativa não apresenta obrigatoriamente todos esses comportamentos e conforme as situações variam a intensidade em que ocorrem.
O diagnóstico da hiperatividade é complexo, mas podemos observar alguns pontos que apontam a hiperatividade:

- Agitação e Desatenção – A criança não consegue se concentrar em atividades por muito tempo, e geralmente esta criança está na maioria das vezes atrasada em relação às demais crianças no mesmo nível de desenvolvimento.
- Atividade Excessiva e Superexcitação – A criança é excessiva emocionalmente, são muito agitadas, na maioria das vezes desorganizadas e falam muito.
- Impulsividade – A criança hiperativa dificilmente pensa antes de agir e não mede as conseqüências. Não tem limites, demonstrando assim um comportamento inadequado.
- Frustrações – Não aceitam adiar recompensas, são insistentes e impacientes. Não conseguem esperar sua vez seja para falar, para ficar numa fila ou até para jogar.

Temos que salientar que as crianças hiperativas apresentam semelhanças com as outras crianças não-hiperativas, a diferença é que a criança hiperativa apresenta excessos comportamentais.
Muitos pais omitem ou fazem de conta que não sabem que seus filhos têm problemas. Porém é preciso ter cautela e saber que uma vez diagnosticada a hiperatividade e não tratada a criança pode ter sérios problemas em seu cotidiano como também isto pode refletir no relacionamento familiar e social.

Mas, o que fazer?

Algumas práticas são sugeridas aos pais e professores que convivem com crianças que apresentam o TDAH, contribuindo para uma melhor qualidade de vida, bem como o desenvolvimento da criança.

- Aos Pais:

· Procure agir da mesma forma em relação às outras crianças e aos demais filhos caso tenham;
· Ofereça atividades físicas regularmente;
· Dê preferência por atividades que tenham regras e limites;
· Selecionar a escola de forma bem criteriosa, dando preferência àquelas que disponibilizam trabalhos específicos para crianças com TDAH;
· Procure sempre conversar com o educador responsável pela criança e também com a coordenação da escola;
· Conscientize-se da importância do trabalho em equipe (pais/família/profissionais);
· Comunique-se com clareza;
· Reflita bem antes de tomar decisões;
· Evite precipitações;
· Incentive os progressos e evite críticas constantes.
· Utilize a linha de recompensa antes e a punição caso seja necessário;
· Sustente suas decisões, tenha autonomia e voz ativa.

- Aos Educadores:

· Dê prioridade ao diálogo de forma que venha adquirir a confiança da criança bem como conhecer suas preferências;
· Busque criar estratégias e recursos diferentes de forma que venha a favorecer a aprendizagem do aluno;
· Inicie sempre com atividades simples e conforme a evolução vá aumentando os níveis;
· Encoraje-a com freqüência;
· Busque sempre manter próxima a você na sala de aula;
· Dialogue em particular com a criança, informando-a sobre seu desempenho de forma que venha estimular sua evolução;
· Por mais simples que sejam as evoluções, jamais deixe de elogiar evitando o regresso do desenvolvimento.

No caso de suspeita, orienta-se encaminhar a criança/adolescente ou adulto para uma avaliação feita por especialistas (psicopedagogo, neurologista infantil, psicólogo e fonoaudiólogo). O papel da família juntos a estes profissionais é de fundamental importância.



Poliana Gomes Figueirêdo

domingo, 11 de janeiro de 2009

A Expressão Musical para Crianças da Educação Infantil



O tratamento metodológico dado a musica através da educação infantil tem-se limitado a um momento de recreação, ou somente ao tempo em que se preparam coreografias musicais para as festas comemorativas da escola. Não há, portanto, nenhum compromisso ou objetivo relacionado ao desenvolvimento expressivo da criança.
A música deve ser vista como uma verdadeira "linguagem de expressão”, parte integrante da formação global da criança. Ela deverá estar contribuindo no desenvolvimento dos processos de aquisição do conhecimento, sensibilidade, criatividade, sociabilidade e gosto artístico. Caso contrário se perde na forma de mera atividade mecânica, com a simples reprodução de cantos, sem a interação da criança com o verdadeiro momento da atividade musical.
O benefício desse momento lúdico deve prevalecer sobre os conteúdos. O momento de descobertas, de reconhecer os sons, as combinações rítmicas, melódicas e até harmônicas constituem para a criança um grande prazer e satisfação. Ela poderá estar manipulando, de acordo com suas vontades, os sons que produzirá através de suas próprias experiências, organizando-os, no início, de acordo com regras estipuladas por ela mesma. Esse momento é de fundamental importância, porque a criança estará bastante receptiva e mais envolvida para participar de um "fazer musical", desbloqueada de preconceitos como os de que não sabe cantar ou não tem ritmo, inibições estas criadas, muitas vezes, pela própria escola, principalmente quando chegam ao ensino fundamental. Corrigir seus erros antes que ela possa cantar ou tocar é levá-la a se calar...
Semelhantemente, assegurar à criança a compreensão de que ela canta porque identifica sons, que bate o ritmo na pulsação porque incorporou essa pulsação é proporcionar-lhe confiança na sua própria capacidade de expressar-se, o que, indiscutivelmente, a beneficiará e a estimulará a novas experiências.
Curioso é saber os motivos pelo qual não se desencadeia um processo simples, espontâneo, lúdico, em que haja prazer por parte da criança em estar participando da experiência musical. Porém o processo de aquisição dos meios expressivos é construído, lentamente, passo a passo, gradativamente, de forma profunda e ampla. De modo que seja vivenciado e colocado cada vez mais em prática as experiências com seus próprios meios expressivos. Importante também é salientar que nem toda a idéia de uma experiência proposta é concretizável. Nem sempre a resposta é a que se espera. Existe frustrações. Mas, num processo que prevê elaborações e re-elaborações, entre prazeres e conflitos, também é possível construir.
Muito nos inquieta a banalização por parte das escolas, em relação a expressão musical, de forma que estas manifestações só se dão em momentos comemorativos, Os ensaios musicais, quando acontecem, quase sempre estão vinculados a futuras apresentações, datas especiais, em que as crianças têm o compromisso de se apresentarem "o melhor possível". Converter-se um processo que poderia ser rico, prazeroso, espontâneo num momento de pura obrigação é uma lástima. Não que estes momentos devam ser descartados. É bastante salutar apresentar o resultado de um momento musical elaborado por um grupo, porém, quando se está à mercê de prazos preestabelecidos, principalmente nessa faixa etária, perdem-se grandes oportunidades de que as crianças explorem o processo em toda sua magnitude.

domingo, 28 de dezembro de 2008

ONDE TUDO SE FUNDAMENTA

A música está ligada ao ser humano desde muito cedo, desde a concepção intra-uterina podemos dizer que o feto é estimulado por meios musicais. Ele ouve os batimentos cardíacos da mamãe, a voz do papai entre outros sons. E comprovadamente, ao nascer, quando o bebê é colocado próximo ao peito da mãe ele se acalma ao ouvir os batimentos. Quando a mãe estimula também a música, cantando durante a gravidez, ao nascer o bebê também se acalmará com músicas de acalanto.
FARIA (2001), enfatiza que a música é um importante fator na aprendizagem, pois a criança desde pequena já ouve música, a qual muitas vezes é cantada pela mãe ao dormir, conhecida como ‘cantiga de ninar’. Na aprendizagem a música é muito importante, pois o aluno se encontra em convívio com ela desde muito pequeno.
Brincando e cantando podemos trabalhar conceitos básicos de cidadania, organização, socialização e auto-estima, entre outros. É importante que se saiba o quanto a música é fundamental para o desenvolvimento geral da criança e assim, indispensável na educação desde muito cedo, pois ela ajuda a desenvolver a auto-estima, a auto-confiança, a sensibilidade, a criatividade, o raciocínio, a memória, a comunicação, a expressão, a socialização, entre outros.
A música não complementa o restante da educação, ela tem como objetivo abranger o ser humano em sua totalidade. A educação tem como meta desenvolver em cada indivíduo toda a perfeição de que é capaz, ou seja, sua totalidade. E através da utilização da música seria mais fácil atingir a esta meta, uma vez que, comprovadamente a música leva o indivíduo a agir, em sua ampla complexidade. A música atinge a motricidade e a sensorialidade por meio do ritmo e do som, e por meio da melodia, atinge a afetividade.
É essencial que os professores se reconheçam como sujeitos mediadores e protagonistas da cultura dentro do processo educativo e percebam a importância do aprendizado das artes no desenvolvimento e na formação das crianças como pessoas produtoras e reprodutoras de cultura. Só assim poderão buscar, conhecer e distinguir todos os meios que têm em mãos para criar, ao seu modo, situações de aprendizagem que dêem condições às crianças de estabelecer conhecimentos sobre música.
STEFANI (1987) descreve que a música afeta as emoções, pois as pessoas vivem mergulhadas em um oceano de sons. Em qualquer lugar e qualquer hora respira-se a música, mesmo que inconscientemente. A música faz com que as pessoas sintam algo diferente, se ela proporciona sentimentos, anseios e emoções, pode-se dizer que tais manifestações que seja de alegria, melancolia, violência, sensualidade, calma e assim por diante, são experiências da vida que constituem um fator importantíssimo na formação do caráter do indivíduo.
A música pode proporcionar uma melhor qualidade de vida para as pessoas.
Segundo GAINZA (1988), a música é um componente de fundamental importância, pois movimenta, mobiliza e por isso contribui para a transformação e o desenvolvimento.
No trabalho de musicoterapia a música é, basicamente, um meio para se chegar ao fim. Através dela alcançamos objetivos específicos como a melhoria da linguagem, coordenação, percepção, comunicação etc.
Em um processo musicoterápico, a grosso modo, existem duas linhas: a perceptiva que trabalha mais efetivamente com a audição musical e a outra, denominada ativa ou interativa onde todas as formas musicais são utilizadas tais como a execução dos instrumentos, o canto, a composição, a dança, a sonorização de histórias etc.
Para cada objetivo terapêutico, há um determinado estímulo sonoro. Cada caso é estudado detidamente e os resultados são sempre positivos.
No desenvolvimento do trabalho todos os tipos de música são utilizados: populares, clássicas, cantigas de roda, gravadas ou tocadas ao vivo, e mais uma gama de instrumentos musicais e de percussão e que vão sendo acionadas conforme o interesse e necessidade da criança.
A variedade do repertório à disposição da criança é fundamental, mas sempre com linguagem, tonalidade musical e conteúdos adequados. É sempre importante, também, que o material possua uma ótima qualidade de gravação para que a criança possa ouvir e entender perfeitamente o que está sendo cantado.
Conforme DUCORNEAU (1984), o primeiro passo para que a criança aprenda a escutar bem consiste em aceitar que ela faça experiências sonoras com as qualidades do som como o timbre, a altura e a intensidade, depois disso, estará em posição de escuta.
Resgatar cantigas, principalmente as músicas das brincadeiras infantis, é saudável e permite que se cante e brinque com a criança vivenciando a música com todo o corpo.
No trabalho com música é importante que seja visado a profilaxia e a integração do ser humano. Profilático porque contribui para o desenvolvimento psicológico mais saudável da criança. Integrativo porque podemos nos aprofundar na natureza infantil, trabalhando todos os sentidos da criança, desde seu comportamento até sua criatividade.
Através da música, é possível desenvolver trabalhos com crianças que são muito agressivas ou muito tímidas ou, ainda, aquela criança que tem tudo, mas acha que tudo é descartável, não se relaciona bem com nada, não tolera frustrações e tem dificuldades de manter regras e limites, crianças com dificuldades de socialização. Há, também, a criança com dificuldade escolar, que não consegue escrever ou fazer cálculos, fatos que encontramos corriqueiramente em nosso dia-a-dia, com dificuldades de aprendizagem. A partir da música, consegue-se abrir o diálogo e alcançar os objetivos.
A música é algo constante na vida das pessoas, pode-se comprovar isto, em todos os registros históricos da trajetória do homem.
As cantigas de roda, que conseqüentemente está relacionada à dança, por exemplo, são muito valiosas, a criança gosta de cantar, imitar, gesticular, e quanto mais o movimento se aproximar de sua natureza interior, melhor será o benefício.

As crianças sabem que se dança música, isto é, que a dança está associada à música, e geralmente sentem grande prazer em dançar. Se os professores levarem isso em conta e considerarem como ponto de partida o repertório atual de sua classe (os das crianças e o próprio) e puderem expandir este repertório comum com o repertório do seu grupo cultural e de outros grupos, criando situações em que as crianças possam dançar, certamente estarão contribuindo significativamente para a formação das crianças. (ESTEVÃO, 2002, p. 33)

Podemos reconhecer a importância da música também na fonoaudiologia apesar de não existir nenhuma técnica que se use música ainda nesta área, mas ela é um grande facilitador. A música, de uma forma geral, auxilia o profissional da comunicação na parte do ritmo, da melodia, pois a fala tem sua prosódia e isso é trabalhado com a criança através de diferentes atividades musicais. A seqüência da música faz com que a criança se reorganize enquanto está cantando o que é muito importante já que melhora a comunicação.
Nas escolas infantis a música é, fundamentalmente, um meio para a criança adquirir determinadas competências.
FARIA (2001), destaca que:
“A música como sempre esteve presente na vida dos seres humanos, ela também sempre está presente na escola para dar vida ao ambiente escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o senso de criação e recreação” (p.24).

Enquanto a criança aprende Ciências ela está adquirindo aptidão à pesquisa, está desenvolvendo capacidades ligadas àquela área, como a Matemática que desenvolve o raciocínio lógico.
Com a música, desenvolve-se a sensibilidade, a percepção, a observação, a atenção, a memória auditiva e é este conjunto de habilidades que fica na cabeça do indivíduo, que o capacita a empregá-lo em qualquer profissão que venha a exercer.
Um estilo musical também é um veículo, pois quando trabalhamos com folclore, por exemplo, estamos transmitindo para as crianças as nossas heranças, preservando, resgatando, fazendo com que elas adquiram respeito pela cultura do seu povo.
A atividade de música folclórica é das mais apreciadas e, especificamente, os brinquedos cantados, as músicas em fileiras como a “De marre de si” ou a da “Rosa Juvenil” que podem ser dramatizadas. Tem-se ainda a parte de “trava-línguas” (Um tigre, dois tigres, três tigres), a parte de “parlendas folclóricas” (Hoje é domingo, pé de cachimbo...), a parte de “folguedos” (Bumba meu boi) e “reizados”. È comum, ainda, a utilização de músicas ligadas a temas; se a pré-escola trabalha com o tema “aves”, por exemplo, utilizam-se músicas que falem de aves.
Trabalha-se o ritmo com coisas do dia-a-dia, batendo palmas, pés, batendo com a colher na hora da comida enquanto se canta uma música específica.
Os resultados da utilização da música são sentidos desde o berçário. Os bebês precisam de estímulo e a música é uma grande fonte com seus ritmos, balanço, sons, que fazem com que o bebê fique mais atento. Quando os pequenos observam os maiorzinhos pulando e cantando juntos, já começam a responder. Um bebê de seis meses começa a dançar do jeito dele, sentado na cadeirinha batendo os pés e as mãos, mostrando que está interagindo com o que está acontecendo.
É fundamental a utilização da música na escola, pois ela trabalha os conteúdos de uma forma lúdica, permite a fantasia, faz entrar em contato com as sensações, facilita o alcance dos objetivos com resultados altamente satisfatórios.
A música é algo que envolve principalmente as crianças pequenas e os resultados são sempre muito positivos quando bem trabalhada.
A música é universal e através dela é possível unir pessoas de vários países, culturas, e filosofias diferentes, pois ela mexe com o lado simbólico e afetivo das pessoas.
A magia do mundo infantil, a transparência da criança, sua inocência, espírito de curiosidade e criatividade precisam e devem ser estimulados e preservados, enquanto dura essa fase especial e efêmera que é a infância e para que, quando adulta, tenha sua sensibilidade revitalizada com a gratificante lembrança de tantos sonhos infantis.
A música é tida como um universo que conjuga expressão de sentimentos, idéias, valores culturais e facilita a comunicação do indivíduo consigo mesmo e com o meio em que vive. Ela atende diferentes aspectos do desenvolvimento humano: físico, mental, social, emocional e espiritual, e assim pode ser considerada um facilitador do processo educacional. Nesse sentido é importante a sensibilização dos professores para despertar a conscientização quanto às possibilidades da música para favorecer o bem-estar e o crescimento das potencialidades dos alunos, pois ela está diretamente ligada ao corpo, à mente e às emoções.
A presença da música na educação infantil auxilia a percepção, estimula a inteligência e a memória, ajuda também a desenvolver procedimentos que ajudam o educando a se reconhecer e a se orientar melhor no mundo relacionando-se ainda com habilidades lingüísticas e lógico-matemáticas. Além disso, a música também vem sendo utilizada como fator de bem estar no trabalho e em diversas atividades terapêuticas, como elemento auxiliar na manutenção e recuperação da saúde.
Porém como já foi dito anteriormente, a música é uma arte que vem sendo utilizada de forma equivocada, e deve ser retomada nas escolas em sua cientificidade, pois ela propicia ao aluno um aprendizado global, emotivo com o mundo. Na sala de aula, ela poderá auxiliar de forma significativa na aprendizagem.Enfim, a música é um instrumento facilitador do processo de ensino-aprendizagem, portanto deve ser possibilitado e incentivado o seu uso em sala de aula.
O PRÓXIMO TÓPICO SERÁ SOBRE:
- A Expressão Musical para Crianças da Educação Infantil

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A MÚSICA COMO INSTRUMENTO FACILITADOR


"Nenhuma outra disciplina pode servir ao bem estar da criança - físico e espiritual - tanto quanto a música".
Zoltan Kodály.




A música é uma das expressões artísticas mais antigas da humanidade. Por meio dela nos expressamos, nos comunicamos e interagimos com o mundo. A música fala aos nossos corações, permea nossa emoção e, consideramos que a forma mais efetiva de educação é através da vivência emocional. A música na educação infantil tem múltiplas possibilidades: recrear, desenvolver na criança o gosto e a sensibilidade pela arte, facilitar a socialização, a coordenação motora, o raciocínio lógico, a linguagem verbal, a linguagem do corpo, a identificação da realidade e a interação com o ambiente, estimulando a lateralidade, o reconhecimento das cores, dos números etc.
Segundo o psicólogo Howard Gardner (1995), a música é uma das dimensões da inteligência humana, e esta traz benefícios ao aprendizado na infância, como: desenvolvimento da coordenação motora, da capacidade de concentração, do raciocínio lógico e da criatividade, entre outros.
O RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil) afirma que a música é: “[...] uma das formas importantes de expressão humana, o que por si só justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e na Educação Infantil, particularmente” (BRASIL, 1998, v 3, p. 45).
Escolhi este tema para minha monografia que defendi em Setembro deste ano, e ele emergiu das minhas vivências pessoais, através das minhas filhas, que diariamente, desde o ventre, conviviam com as músicas que foram mencionadas neste trabalho, e também de muitas observações feitas em sala de aula no curso de Pedagogia e nos estágios, que me fizeram perceber a importância da música no desenvolvimento do ser e que esta não deve ser entendida como um simples complemento das horas ociosas em sala de aula.
Pouca gente percebe que a educação musical é algo que não precisa de justificativa e isto fica bem claro na citação de Villa-Lobos em que diz: “é preciso musicalizar o povo. Todos gostam de uma partida de futebol ou de um convescote. Então devemos suscitar o mesmo entusiasmo pela música. A música é tão útil como o pão e a água”.
Com a nova da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei 9394/96 (anexo 1), foi possível o retorno da Educação Musical ao currículo escolar, reiterando a obrigatoriedade do ensino de Artes por área específica. “O ensino de arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (Lei 9394/96, Artigo 26, § 2°).
Este retorno da Educação Musical ao contexto escolar de forma objetiva está se fazendo gradativamente, e ainda muito precisa ser feito. O êxito da área de música depende da ocupação dos espaços dentro das disciplinas, principalmente de Artes, por profissionais habilitados ou minimamente capacitados na linguagem musical.
Acredito que o processo de musicalização deve iniciar-se na escola, pois “(...) sendo a Escola a instituição responsável pela formação cultural da criança, cabe a ela também proporcionar esse conhecimento (...)” (SILVA, 1992, p. 92)
Em breve trarei partes do meu estudo, como: memórias da origem da música no indivíduo e os benefícios que esta traz às pessoas, seu significado na educação das crianças e a música no desenvolvimento cognitivo. Também postarei aqui um pouco sobre as músicas trabalhadas com crianças em sala de aula. E abordagens sobre a música, o processo de musicalização e o verdadeiro papel desta na educação. E por fim, para encerrar as postagens sobre este tema, apresentarei as contribuições das inteligências múltiplas de Gardner (1995), a integração do ser através da música, a importância da expressão musical e os subsídios pedagógicos da música.
Pretendo apresentar a música e seu processo de musicalização como elementos contribuintes para o desenvolvimento da inteligência e a integração do ser. Mostraremos como a musicalização com crianças pode contribuir para a aprendizagem, como também trazer sugestões de atividades e analisar o papel da música na educação como facilitadora do processo de aprendizagem.


Conto com a reflexão e sugestões de todos!!!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O Uso do Celular nas Escolas

Não se pode ignorar o avanço da tecnologia em nosso dia-a-dia. Hoje, as crianças estão antenadas a estes avanços tecnológicos. Desde muito cedo as gerações vem inserindo-se em uma nova sociedade: a "sociedade digital", conforme nos alerta nos alerta o filósofo italiano Pier Cesare Rivoltella, especialista em Mídia e Educação e consultor de grupos de pesquisa sobre esse tema na PUC-RJ.

Entre várias tecnologias, hoje encontramos facilmente no mercado os IPods, Mp3 (e até Mp12), IPhones, entre outros. Porém o celular ainda lidera, e aos poucos começa a fazer parte do mundo lúdico das crianças juntos às bonecas, carrinhos, bolas, patins, vídeo-games e muito mais.

As crianças, cada vez mais cedo, vem despertando o interesse pelo celular. Já conhecem os modelos, as funcionalidades, e hoje já são frequentemente pedidos. Posso até dizer que se questionarmos uma criança sobre o que ela gostaria de ganhar de presente dando-lhe duas opções, um brinquedo ou um celular, os dois provavelmente ficariam indecisos.

Muitas crianças já pedem o celular para os pais e alguns já cedem aos encantos digitais, por dois motivos: agradar seus filhos e monitorá-los, torando mais fácil o dia-a-dia.

Porém, este presentinho pode ser um grande desafio para as escolas.

Reconheço a importância do celular em nossas vidas. Porém não podemos entregá-lo nas mãos de nossos filhos sem antes orientá-los, afinal vivemos em um mundo que existem regras.

O mal uso do celular pode trazer seríssimos problemas tanto educacionais e psicológicos quanto problemas de saúde.

E será que proibir o uso do celular seria a melhor solução???

Acredito que podemos inserir esta tecnologia ao cotidiano das escolas e transformá-lo em recurso pedagógico. Que legal seria que professores pudessem enviar torpedos para seus alunos mantendo o vínculo de amizade também fora da escola, e também enviar dicas de leitura e de cultura, sites educacionais, lembretes entre tantas outras idéias que vão surgindo de acordo com o incentivo deste suporte, e assim o aprendizado se tornar ainda mais interessante e dinâmico.

Este método de ensino via celular vem conquistando os espaços educacionais e já foi até criado um nome para este método de ensino, o Mobile Learning (Aprendizagem Móvel), ou apenas M-Learning. Existe uma escola em Portugal que vem tendo resultados muito positivos com esta ferramenta de ensino, a Escola Secundária Carlos Amarante, em Braga.

Acredito que aqui no Brasil, este método não demore a ser inserido nas escolas, pois a cada dia que passa o celular vem fazendo parte do dia-a-dia das crianças.

O celular, como outras tecnologias, pode favorecer o trabalho na escola, tornando-o mais criativo, envolvente e dinâmico.
Porém é necessária que se tenha uma formação que habilite os educadores ao uso destas novas tecnologias, pois ainda não absorvemos a cultura da utilização das tecnologias para o enriquecimento da prática docente, infelizmente ainda prevalece uma resistência para a utilização das mesmas. E isto é motivo de preocupação, pois enquanto a escola não se adapta a utilidade dessa tecnologia, ele invade a escola podendo comprometer a finalidade da mesma no que se refere ao ensino e aprendizagem. E vou além, acredito que mais do que adaptar-se, as escolas deveriam incluir o uso do aparelho celular em sua proposta pedagógica, para que futuramente o uso indevido do aparelho celular não venha a interferir no convívio, na atividade em sala de aula e na qualidade de relação dessa criança com os demais.

Vale salientar que o celular é também um bem lúdico e "(...) sendo a Escola a instituição responsável pela formação cultural da criança, cabe a ela também proporcionar esse conhecimento (...)" (SILVA, 1992, p. 92).

Não é salutar proibir a criança de ter um celular, mas deve-se estimular cada vez mais a brincadeira, o relacionamento com os coleguinhas, o lazer, os estudos.

Dar um celular nas mãos de uma criança sem a devida orientação seria um equívoco. É importante dialogar com a criança a finalidade do aparelho e mostrar os limites, tanto para os filhos quanto para os pais.

Na escola o celular só deve ser utilizado mediante permissão da professora e em casos de urgência, fora isto ele deverá permanecer desligado, assim como é nas escolas da Alemanha, em que as crianças podem levar os aparelhos para a escola, mas eles não podem ser ligados dentro do ambiente escolar, para que este não venha comprometer o desenvolvimento e a concentração dos alunos.

É preciso que a escola realize um trabalho de conscientização com pais e alunos.

Este tema vem sendo muito discutido em todo Brasil e algumas cidades o uso deste aparelho foi proibido, porém aqui na Paraíba, o projeto de lei de autoria do deputado Nivaldo Manoel (PPS) que previa a proibição do uso de telefone celular nas escolas públicas e privadas da Paraíba foi vetado pelo Poder Executivo.

Não existe um consenso sobre uma idade padrão para iniciar o uso do aparelho pelas crianças. Hoje em dia é difícil estabelecer uma idade para esse uso, vai depender da necessidade dos pais e filhos. Mas acredito que uma criança de 10-11 anos já está preparada para ter um celular, mas a partir dos 7 anos eles já sabem manusear e já começam a pedi-lo de presente. E com isso o mercado já se prepara para atender aos gostos dos pequenos, com mais funções, estilos e cores.

A moderação e a mediação são as melhores receitas!!!